Andar numa nuvem

Primeiro dia de aulas, capela, receção aos alunos do 1º Ciclo. Fez-se uma pequena oração e foi apresentado o tema para este ano: “Avançamos no sonho.”

Às tantas, quem estava a orientar aquele momento perguntou às crianças: qual é o teu sonho? E acabaram por sair os sonhos destas idades (e talvez de outras). Entre os muitos sonhos, saiu o melhor jogador de futebol do mundo e outro de basquetebol. Uma criança que queria ser muito rica e outra queria ter um avião. Às tantas saiu uma médica, irmã mais nova do jogador de basquetebol, outro que queria ser polícia, talvez para controlar a quer ser muito rica ou a do avião… Tudo bem, de acordo. Era expectável, pois são sonhos legítimos. Alguns exigem muito esforço e/ou muito estudo e, acima de tudo, muita perseverança. 

Já quase no fim das respostas surgiu algo incomum: “andar numa nuvem!”

Na altura, limitei-me a sorrir, abstendo-me de qualquer comentário. Pensei para mim o quanto é fértil a imaginação das crianças e, como, em muitas coisas, ainda lhes falta a noção da realidade, do possível e do inatingível. Terminámos o momento, mas essa resposta ficou gravada. Contei-aa algumas pessoas que também sorriem quando ouvem a parte da nuvem.

 Aprofundando mais o assunto, talvez essa criança tenha definido melhor o que é um sonho. Há tantos sonhos, que antes eram impossíveis de realizar, e que, ao serem ditos em voz alta, devem ter soado exatamente como aquele: “andar numa nuvem”.  

Por exemplo, onde é que aquele menino, nascido numa pequena povoação perdida em Itália, e mais tarde conhecido por D. Bosco, teria a cabeça, quando sonhou algo que iria mudar a vida de milhares e milhares de jovens em todo o mundo?

P. Jose Cordeiro | Diretor

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